Tópico

Comunicação


A comunicação é o processo que permite as pessoas partilharem informação, sentimentos e ideias. À medida que a demência progride e afeta a linguagem e a memória, a pessoa com demência vai sentindo cada vez mais problemas em expressar-se com clareza e em compreender o que os outros dizem, o que torna mais difícil entender as suas necessidades, desejos e emoções. 

Com essa crescente incapacidade de se expressar como sempre fez, a pessoa poderá ficar frustrada e agressiva, perder confiança em si própria, sentir-se ansiosa e deprimida, ou mesmo desistir de comunicar e retirar-se totalmente para o seu mundo interior. 

Como tal, é fundamental arranjarem-se formas de melhorar a comunicação da e com a pessoa com demência, seja favorecendo a forma como se expressa, como compreender o que lhe é dito ou como os cuidadores percebem os seus comportamentos. 

Isso melhorará a qualidade de vida da pessoa, fazendo com que mantenha as suas relações sociais e o seu sentido de identidade, permitindo ao mesmo tempo que os cuidadores compreendam melhor as suas necessidades e comportamentos. 


Dificuldades de Comunicação Frequentes 

O tipo de dificuldades de comunicação e linguagem e a altura em que essas dificuldades aparecem vão variar de pessoa para pessoa, dependendo da personalidade, da fase da demência em que está e do tipo de doença que tem (por exemplo, algumas formas de Demência Fronto-Temporal apresentam dificuldades marcadas de linguagem numa fase muito inicial). 

Para além disso, é também importante ter em consideração que as dificuldades de comunicação podem agravar-se se a pessoa estiver cansada, doente ou com dores, e que o ambiente em que a pessoa está inserida pode diminuir ou aumentar essas dificuldades. 

No entanto existem algumas dificuldades de comunicação frequentes entre as pessoas com demência, tais como: 

  • Dificuldade em recordar o que lhe foi dito; 
  • Incapacidade em seguir uma conversa ou de responder de forma apropriada devido a: 
    • Não conseguir entender ou apenas entender parte do que lhe é dito; 
    • Não se conseguir manter concentrada; 
    • Pensar mais lentamente, demorando mais tempo a processar o que lhe é dito e como responder; 
    • Não conseguir usar as palavras na ordem correta, misturando-as e tornando as frases de difícil compreensão. 
  • Dificuldade em encontrar a palavra certa, o que pode fazer com que: 
    • Não encontre a palavra e desista de falar; 
    • Utilize uma palavra relacionada com aquela que não se consegue lembrar – por exemplo, dizer “livro” quando queria dizer “jornal”; 
    • Utilize substitutos para a palavra – por exemplo, dizer “coisa em que nos sentamos” quando pretendia dizer “cadeira”; 
    • Utilize palavras que não fazem sentido ou que não existem. Em algumas demências como a Demência Semântica, a pessoa fala de forma fluente, mas as palavras não têm sentido. 
  • Perda das convenções sociais e regras da conversação, podendo interromper ou ignorar as pessoas que estão a falar ou não responder quando lhe dirigem a palavra; 
  • Incapacidade de ler e escrever; 
  • Dificuldade em expressar as suas emoções de forma apropriada. 


Outras Dificuldades 

Uma vez que a maioria das pessoas com demência são idosas, existe uma grande probabilidade de apresentarem problemas na visão e audição, o que também dificulta a capacidade de comunicação. 

Como tal, é importante perceber se a pessoa está a experienciar estes problemas e o que se pode fazer para os ultrapassar. Utilizar óculos e limpá-los com regularidade e utilizar um aparelho auditivo e confirmar que está a funcionar devidamente podem ajudar bastante. 


Estratégias para Facilitar a Comunicação 

A comunicação humana é composta por três partes: 

  • as palavras que utilizamos; 
  • o tom da nossa voz; 
  • a linguagem corporal. 

Ao comunicar com a pessoa com demência, ter em consideração estas três partes vai ajudar a pessoa a perceber melhor o que queremos dizer, mas também a compreender as necessidades e sentimentos da pessoa. 

De seguida, poderá encontrar algumas estratégias para facilitar a comunicação com a pessoa com demência. 

Como a experiência de cada pessoa é única, nem todas as estratégias funcionarão com todas as pessoas, pelo que o importante é experimentar e registar as que melhor funcionam com aquela pessoa específica. 


Ter uma atitude calma, afetuosa e respeitadora 

  • Muitas vezes, a nossa atitude e linguagem corporal comunicam os nossos pensamentos e emoções de forma muito mais forte do que as palavras que dizemos. Como tal, quando comunicamos com uma pessoa com demência devemos estar atentos à atitude e tom que utilizamos, bem como ao que transmitimos com o nosso corpo; 
  • Tentar estarmos calmos e relaxados, com uma linguagem corporal de abertura. Se mostrarmos que estamos descontraídos, a mensagem que isso transmite à pessoa é que não precisa de estar preocupada; 
  • Para tal, é importante contar com algum tempo para comunicar com a pessoa. Se nos sentirmos nervosos ou apressados, o melhor será acalmarmo-nos um pouco antes de falarmos com a pessoa. Algumas estratégias para o fazer são respirar fundo ou contar lentamente até dez; 
  • Falar num tom de voz gentil. Evitar levantar a voz ou falar num tom ríspido, arrogante ou agressivo, o que pode ser apreendido pela pessoa mesmo se não compreender as palavras, deixando-a ainda mais perturbada; 
  • Não dar ordens. Evitar dar ordens à pessoa ou dizer-lhe o que não pode fazer, pois isso poderá deixá-la agitada. Em vez disso, deve pedir-se gentilmente à pessoa para fazer outra coisa. Por exemplo, em vez de dizer “Não estejas a abrir todas as gavetas!”, podemos dizer “Gostava que viesses comigo à sala, queria mostrar-te uma coisa.”; 
  • Não infantilizar a pessoa. Não falar com a pessoa como se fosse uma criança. Apesar das suas dificuldades, a pessoa não é uma criança e tem uma história de vida longa e rica, pelo que deve ser tratada de acordo com a idade que tem. Isso será útil para ajudar a manter a sua identidade e dignidade, mas também para evitar que a pessoa fique incomodada por estar a ser tratada como uma criança; 
  • Não utilizar diminutivos, alcunhas, ou expressões pelas quais a pessoa nunca foi tratada, pois a pessoa pode não gostar e, muito provavelmente, não vai perceber que estão a falar com ela. Expressões como “minha querida” ou “meu amor” podem parecer afetuosas, mas algumas pessoas não gostam de ser tratadas dessa forma. Para além disso, é importante continuar a tratar a pessoa pelo nome ou alcunha que sempre preferiu, pois isso é importante para manter a sua identidade; 
  • Não testar a memória da pessoa ou recordá-la que se esqueceu de alguma coisa, pois isso só lhe irá gerar frustração, tristeza e irritabilidade. 


Utilizar a comunicação não-verbal 

  • A comunicação não-verbal é a comunicação feita através de gestos, expressões faciais e postura corporal e de outros recursos que não utilizam palavras. É algo que pode facilitar que a pessoa com demência perceba o que lhe pretendemos dizer e, à medida que a demência progride e a linguagem fica mais afetada, será o tipo de comunicação que a pessoa mais utilizará; 
  • Utilizar gestos e expressões faciais para ajudar a pessoa a compreender, por exemplo, apontando para um objeto ou parte do corpo ou demonstrando uma ação a que nos querermos referir ou que queremos que a pessoa faça; 
  • Garantir que a nossa expressão facial e linguagem corporal coincidem com o que dizemos, mesmo que por vezes possa parecer forçado. A pessoa com demência interpretará a nossa linguagem corporal, pelo que devemos evitar movimentos bruscos, ou um tom de voz ríspido ou uma expressão facial tensa, porque tudo isso poderá agitar a pessoa, mesmo que as palavras que estão a ser ditas sejam agradáveis. É importante ter em atenção que, muitas vezes, um sorriso caloroso ou cúmplice e uma gargalhada partilhada podem comunicar bem melhor que as palavras; 
  • Utilizar estímulos visuais. Recorrer a fotografias ou vídeos de pessoas, locais ou mesmo comidas, apontando para elas, ou mesmo dar um objeto à pessoa para interagir com ele pode ajudar bastante na comunicação. Por exemplo, pode fazer-se um livro com fotografias de várias refeições e mostrar à pessoa quando quisermos saber o que lhe apetece comer (o que pode também ajudar a estimular o apetite); 
  • Utilizar o toque, sempre que for apropriado e se a pessoa se sentir confortável com isso. O toque pode servir para manter a atenção da pessoa, para comunicar sentimentos de ternura e afeto, para mostrar que nos preocupamos ou para a reconfortar quando se sentir mais triste ou insegura. Nas fases mais avançadas da doença, a pessoa poderá já comunicar pouco, mas ainda assim será útil falar com a pessoa e segurar a sua mão. Mesmo que a pessoa não responda, esse gesto pode fazê-la sentir-se ligada a nós e transmitir-lhe um sentimento de segurança. 


Favorecer a atenção da pessoa 

  • Limitar o barulho de fundo e as distrações. Ambientes com ruído interferem muito na capacidade de concentração de uma pessoa com demência. Para ajudar a pessoa a concentrar-se numa conversa, deve-se desligar a televisão e o rádio, fechar a porta ou as cortinas, ou ir conversar para um local mais calmo; 
  • Dizer o nome da pessoa; 
  • Falar próximo e ao nível do olhar da pessoa, de forma a que ela consiga ver e ouvir da melhor forma possível. 
  • Olhar nos olhos da pessoa e manter o contacto visual durante a conversa; 
  • Utilizar estímulos visuais e tocar gentilmente na pessoa, para a ajudar a manter-se concentrada na conversa. 


Comunicar da forma mais clara possível 

  • Evitar frases longas e complexas, com muitas ideias e informação. Devido às dificuldades da demência, é complicado para a pessoa processar várias ideias em simultâneo; 
  • Utilizar palavras simples e frases curtas; 
  • Comunicar apenas uma ideia de cada vez; 
  • Falar pausadamente, articulando bem as palavras e utilizando um tom afetuoso; 
  • Evitar falar num tom de voz alto ou agudo. A pessoa perceberá melhor se falarmos num tom mais baixo e grave; 
  • Utilizar nomes de locais e pessoas pode ser orientador, em vez de pronomes como “ele”, “ela” ou “eles” ou expressões como “lá em baixo” ou “lá em cima”; 
  • Se a pessoa não entender o que está a ser dito, deve tentar transmitir-se a mesma informação utilizando palavras e frases diferentes, ou partindo a informação em pequenos bocados, o que talvez se torne mais fácil para a pessoa compreender; 
  • Se ainda assim a pessoa não perceber, sugere-se parar e tentar novamente alguns minutos depois; 
  • Dividir a informação é particularmente útil para dar apoio à pessoa na realização das atividades do dia-a-dia, separando-se a atividade por passos e ir dando informação passo a passo; 
  • Caso a pessoa se canse com facilidade, então o melhor será ter conversas mais curtas e mais frequentes, em vez de uma conversa mais longa. 


Fazer perguntas simples e fáceis de responder 

  • Evitar fazer perguntas seguidas ou complicadas, porque pode cansar, intimidar ou frustrar a pessoa, por não conseguir responder ou não se lembrar da resposta; 
  • Fazer uma pergunta de cada vez; 
  • Fazer perguntas simples, com apenas uma ideia de cada vez; 
  • Dar escolhas, mas não demasiadas escolhas. É importante permitir que a pessoa continue a fazer as suas escolhas, mas demasiadas escolhas podem ser confusas ou frustrantes. Por exemplo, pode perguntar-se: “Queres usar esta camisola branca ou esta camisola azul?”. Será ainda melhor se se complementar com estímulos visuais, neste caso mostrando as camisolas; 
  • Evitar fazer perguntas abertas. Perguntas de resposta “sim” ou “não” funcionam melhor. Por exemplo, em vez de se perguntar “O que queres beber?”, pode perguntar-se “Queres beber água ou chá?” ou, se for preciso ser ainda mais simples, “Queres beber chá?”; 
  • Evitar fazer perguntas que exijam utilizar a memória. Perguntas como “Lembras-te quando…” podem lembrar a pessoa da perda de memória e deixá-la triste, ou então fazer com que fique frustrada por não se conseguir recordar. Se se quiser falar do passado com a pessoa com demência, então o melhor é conduzir a conversa em vez de colocar uma pergunta, por exemplo dizendo: “Eu lembro-me quando…”. Dessa forma, a pessoa pode procurar recordações na sua memória, sem se sentir pressionada ou envergonhada; 
  • É particularmente importante não fazer perguntas sobre a memória recente, como por exemplo perguntar se a pessoa se lembra do que almoçou. O melhor será sempre fazer perguntas gerais sobre o passado distante, pois as pessoas com demência tendem a recordar-se melhor dessa informação. 


Dar tempo de resposta à pessoa 

  • Adaptar a conversa ao ritmo da pessoa. Se a pessoa estiver com dificuldade em seguir a conversa, deve-se abrandar o ritmo para um que facilite a sua compreensão e expressão; 
  • Dar bastante tempo de resposta à pessoa. Dar tempo, entre frases, para que a pessoa processe a informação que lhe foi transmitida e responda, tentando não sermos demasiado rápidos a assumir o que está a tentar dizer; 
  • Estas pausas podem ser desconfortáveis, mas ao habituarmo-nos a elas e ao não sermos precipitados a fazer sugestões, estamos a permitir que a pessoa com demência tenha mais tempo para tentar recordar as palavras que procura; 
  • Não interromper a pessoa. Não há problema em darmos sugestões quando a pessoa está a ter muita dificuldade em encontrar as palavras certas, mas não devemos nunca interrompê-la, pois isso pode prejudicar o padrão de comunicação, fazendo-a perder o fio da conversa. 


Ouvir e observar a pessoa 

  • Ouvir atentamente o que a pessoa está a dizer; 
  • Incentivar a pessoa a comunicar através da “escuta ativa”. É importante ir apoiando a pessoa quando ela tenta comunicar, mostrando-lhe que a estamos a apoiar e a compreender, por exemplo dizendo que a estamos a ouvir ou mantendo o contacto visual e acenando com a cabeça; 
  • Prestar atenção ao significado por trás das palavras. Muitas vezes, as emoções e sentimentos comunicados são mais importantes do que as palavras que são ditas. Por exemplo, se a pessoa com demência chama ou pergunta pela sua mãe, isso poderá querer dizer que ela se sente desamparada ou desprotegida, pois habitualmente “mãe” significa proteção e segurança. É importante focar mais nos sentimentos e emoções que as palavras significam, pois dessa forma perceberemos melhor as necessidades da pessoa; 
  • Observar a linguagem corporal e os comportamentos da pessoa. A expressão facial, a postura, os gestos e os comportamentos da pessoa podem ajudar a compreender aquilo que ela quer dizer e as emoções envolvidas. Por exemplo, se a pessoa começar a ficar irritada ou ansiosa, isso pode ser um sinal que a conversa está a ser frustrante, ou então que está a experienciar algum tipo de desconforto. 


Quando a pessoa tem dificuldades em encontrar as palavras 

  • Explicar por outras palavras. Se a pessoa estiver com muita dificuldade em encontrar a palavra que pretende ou em terminar uma frase, uma estratégia útil é sugerir que explique de uma forma diferente ou que diga mais coisas sobre a palavra. Por exemplo, se a pessoa não encontra o nome de determinado objeto, poderá sugerir-se que ela o descreva. O que se pretende é que a pessoa diga palavras relacionadas com a palavra que não encontra, para nos ajudar a perceber o que pretende a pessoa comunicar-nos; 
  • Repetir. Repetir à pessoa aquilo que ela acabou de dizer também poderá ser uma estratégia útil. Ao fazermos isso, a pessoa com demência pode recordar o que ouviu, o que poderá ajudá-la a continuar a conversa. Para além da repetição verbal, repetir também os gestos e expressões faciais podem ajudar a pessoa a perceber o que quer dizer; 
  • Isto ou outra coisa. Outra estratégia a utilizar quando a pessoa tem dificuldade em encontrar uma palavra é dar-lhe uma opção específica e uma opção geral. Por exemplo, perguntar: “Tem a ver com uma bebida ou é outra coisa?”. Ao oferecer uma categoria específica e outra geral, é menos provável que a pessoa se distraia da palavra que está a tentar encontrar e, ao mesmo tempo, estamos a facilitar a comunicação ao dar-lhe duas opções que ela pode repetir. A lógica é ir excluindo categorias, o que pode ser muito útil porque ajuda a pessoa a comunicar, mas não a limita a nada específico.


Quando a pessoa fica confusa ou agitada 

  • Deixar a pessoa expressar o que está a sentir. Quando a pessoa está agitada ou perturbada, devemos deixá-la expressar esses sentimentos e não menosprezá-los ou não dar espaço para que existam, dizendo coisas como, por exemplo, “Pronto, já passou” ou “Não vale a pena estares assim”. Nessas situações, o melhor é simplesmente deixar a pessoa manifestar-se e mostrar-lhe que a estamos a ouvir; 
  • Reconhecer os sentimentos da pessoa. Mostrar à pessoa que estamos a compreender o que sente pode acalmá-la. Para isso, uma estratégia útil é descrever os seus sentimentos. Por exemplo, se a pessoa estiver a chorar, podemos dizer: “Estou a ver que estás triste. Posso ajudar-te de alguma forma?”. Ou, caso a pessoa levante a voz ou tenha gestos agressivos, dizer: “Parece-me que estás zangado. O que se passa?”. Por vezes, pedirmos desculpa à pessoa, mesmo que não tenhamos culpa da situação, poderá acalmá-la um pouco; 
  • Distrair e redirecionar a atenção. Depois de darmos espaço à pessoa para se expressar e lhe mostrarmos que percebemos como se sente, uma estratégia útil é direcionar a atenção da pessoa para outra coisa, de forma a distraí-la do que a está a perturbar. Pode utilizar-se um objeto, atividade ou tema de conversa que a pessoa aprecie e que lhe gere emoções agradáveis, tais como ir dar um passeio, comer alguma coisa ou falar de um momento da sua vida que tenha sido divertido ou de que ela se orgulhe; 
  • Não discutir com a pessoa. É frequente as pessoas com demência ficarem ansiosas e inseguras, confundindo a realidade e descrevendo episódios que nunca aconteceram. Nessas situações, negar, argumentar ou tentar recorrer à lógica não irá funcionar e, muito provavelmente, fará com que a pessoa se sinta mais frustrada e irritada. Em vez disso, o melhor a fazer é focar-nos naquilo que as pessoas estão a experienciar (essas emoções e sentimentos são reais, mesmo que o resto não seja) e tentar reconfortá-las e transmitir-lhes segurança através de palavras e gestos de segurança e afeto. Por vezes, quando tudo o resto não funciona, a melhor ajuda será mesmo tocar, abraçar ou dar a mão à pessoa. 


Recorrer ao humor 

  • O humor pode ajudar a aliviar a tensão e a aproximar as pessoas. Alguém que tenha uma demência mantém as competências sociais e, habitualmente, gostará de se rir com alguém. Gargalhadas partilhadas são uma boa forma das pessoas se sentirem ligadas umas às outras; 
  • Utilizar o humor, sempre que possível. Tentarmos rir juntamente com a pessoa com demência de algum erro ou falta de comunicação que tenha acontecido. Isso poderá tirar carga às situações, tornando-as mais leves e fáceis de lidar; 
  • Nunca rir às custas da pessoa com demência. Utilizar o humor não significa ridicularizar a pessoa ou rir dos seus erros, dificuldades ou daquilo que diz. Devemos rir com a pessoa e nunca da pessoa; 
  • É importante garantirmos que a pessoa não acha que nos estamos a rir dela, pois isso poderá perturbá-la, deixando-a triste, envergonhada ou mesmo agressiva. 


Incluir a pessoa nas conversas 

  • Não ignorar ou falar da pessoa como se ela não estivesse presente; 
  • A pessoa com demência deve, sempre que possível, ser incluída nas conversas. Ser incluído faz-nos sentir valorizados e menos isolados e ajuda-nos a manter a nossa identidade. Isto é fundamental para qualquer pessoa, mas ainda mais para uma pessoa com demência, cuja doença faz a pessoa perder confiança e autoestima e isolar-se dos outros. 

Conteúdo atualizado a 2 de Dezembro de 2022